A Jornada Imortal do Principe das Trevas

Ozzy Osbourne, o icônico "Príncipe das Trevas" e uma das figuras mais influentes da história do rock, faleceu nesta terça-feira, 22 de julho de 2025, aos 76 anos. Sua partida encerra uma jornada de quase seis décadas que moldou o heavy metal e deixou um legado inquestionável, marcado por uma discografia prolífica e uma luta incansável pela vida.

A carreira de Ozzy teve início na década de 1970 como vocalista do Black Sabbath, banda com a qual ajudou a definir os contornos do heavy metal. Álbuns seminais como Black Sabbath (1970), Paranoid (1970) e Master of Reality (1971) estabeleceram o som pesado e sombrio que se tornaria a marca registrada do gênero. Sua persona excêntrica e carismática, combinada com os riffs inovadores de Tony Iommi, o colocaram no panteão dos maiores frontmen da história da música.

Após sua saída do Black Sabbath em 1979, Ozzy embarcou em uma bem-sucedida carreira solo. Com o lançamento de Blizzard of Ozz (1980), impulsionado pelo clássico "Crazy Train", ele provou que seu talento ia muito além da banda original. Seguiram-se álbuns aclamados como Diary of a Madman (1981), Bark at the Moon (1983) e No More Tears (1991), que solidificaram seu status como um artista solo de enorme sucesso. Ao longo dos anos, sua discografia solo foi vasta, com lançamentos como Ozzmosis (1995), Black Rain (2007), Ordinary Man (2020) e seu mais recente trabalho, Patient Number 9 (2022), demonstrando sua persistência e criatividade mesmo diante de desafios.

Ozzy também foi o idealizador do Ozzfest, um festival de heavy metal que se tornou uma plataforma crucial para a divulgação de novas bandas e a celebração do gênero, reforçando ainda mais sua influência na cena musical.

Os últimos anos da vida de Ozzy foram marcados por uma série de desafios de saúde. Em 2019, ele revelou publicamente seu diagnóstico de uma forma rara de Doença de Parkinson, somando-se a outros problemas decorrentes de uma queda doméstica que resultou em cirurgias complexas na coluna e no pescoço. A esposa e empresária, Sharon Osbourne, chegou a afirmar que ele passou por sete cirurgias entre 2019 e 2023.

Apesar das dificuldades, Ozzy demonstrou uma resiliência notável. Nos últimos meses, mesmo sem conseguir andar, ele continuou a fazer aparições públicas. Sua última performance nos palcos, ocorrida em 5 de julho de 2025, menos de três semanas antes de sua morte, foi um momento emocionante para fãs e músicos. Sentado em um "trono das trevas" adaptado, ele cantou clássicos do Black Sabbath, como "War Pigs" e "Iron Man", e encerrou com "Paranoid", em um festival que reuniu membros originais do Black Sabbath e outras lendas do rock.

Ozzy Osbourne partiu, mas sua voz inconfundível, sua energia nos palcos e sua contribuição para a música pesada permanecerão eternamente gravadas na história. Ele foi um verdadeiro sobrevivente, um guerreiro que enfrentou seus demônios pessoais e de saúde com coragem, deixando um legado de músicas que continuarão a inspirar gerações de fãs e artistas.