Sweden Rock Festival 2018

Depois de uma pausa após o término do festival, a equipe do Sweden Rock volta às atividades ainda neste mês de agosto para a preparação da 28a. edição que já tem data marcada. Solvesborg vai tremer entre os dias 5 e 8 de junho de 2019.

 

Será a terceira edição desde que o Sweden Rock Festival entrou para o lineup de eventos da Live Nation no final de 2016. Já neste ano foi possível notar algumas diferenças se compararmos com anos anteriores. A começar pelo aumento de 2000 visitantes por dia. Mesmo sendo considerado um dos melhores festivais europeus quanto a organização e a forma como ele é oferecido, ouvia-se um desconforto quanto ao aumento da capacidade, afetando as facilidades que o festival sempre ofereceu como por exemplo banheiros químicos, tanques de água potável e outras.

 

A organização está considerando o feedback dos visitantes e desta forma ver o que pode ser melhorado para 2019.

 

Relembrando 2018, a 27a edicao do Sweden Rock Festival teve seu início em dia de Feriado Nacional, "The National Day".

 

É um festival bastante intenso que desde o primeiro dia movimenta o parque em Solvesborg.

 

A primeira banda a se apresentar foi Three Dead Fingers, banda sueca formada por garotos entre 12 e 13 anos que juntos há cerca de 2 anos e já tocaram em grandes festivais apresentando uma mistura de thrash, heavy e nu metal. Fizeram parte do programa "Swedish got Talent" e o primeiro EP foi lançado no final de 2017. Os garotos tem como influência a nossa brasileira Sepultura.

 

Literalmente fincando a bandeira nos palcos suecos veio a expressiva também sueca Astral Doors que subiu ao Sweden Stage e celebrando o "National Day" cantou o Hino Nacional acompanhada pelo público que exibia com orgulho a bandeira amarela e azul.

 

Nesse início de festival tivemos a presença do primeiro e único baterista da lendária Thin Lizzy, o aclamado Brian Downey que foi responsável pela multidão que se formou para assistir as apresentações de clássicos como "Dancing in the Moonlight", "Waiting for an Alibi", "The Boys are Back In Town" e muitos mais. Dos músicos que o acompanham, é impressionante a semelhança física e o talento de Matt Wilson que conduz os vocais e o baixo fazendo parecer que estamos vendo Phil Lynott.

 

A tarde estava linda com uma temperatura agradabilíssima e, como de costume, o público que já desfrutava dos primeiros momentos do SRF esbanjava alegria num clima de grande festa. Não poderia ser diferente em um local em que a maior parte do ano faz muito frio.

 

Esse foi apenas o início do festival que seguiu de 06 a 09 de junho de 2018 com os Headliners Iron Maiden na 5a feira, 07, trazendo a Legacy of The Beast World Tour, um show impecável com toda produção de palco, vestuário, máscaras, Ozzy Osbourne e sua turnê de despedida "No More Tours Tour" com Zakk Wylde como destaque no palco, como se o show fosse dele, e Judas Priest fechando a última noite do festival com uma apresentação de tirar o fôlego.

 

Ainda no primeiro dia, uma grande apresentação foi da estreante no Sweden Rock, a superbanda Cyhra formada em 2017 pelo ex vocalista de Amaranthe, Jake E, o baterista Alex Landenburg (Annihilator, Luca Turilli’s Rhapsody, Stratovarius), o ex guitarrista de In Flames Jesper Stromblad, o guitarrista Euge Valovirta. Apesar da 7a vez de Jake E. no Sweden Rock, foi a primeira como vocalista de Cyhra.

 

Algumas bandas que estavam inicialmente agendadas para este primeiro dia vieram a cancelar como por exemplo Joe Lynn Turner e The Quill (infelizmente Joe sofreu um ataque cardíaco no início do ano mas felizmente já está em estúdio trabalhando em um novo álbum; o vocalista Magnus Ekwall do The Quill também teve problemas de saúde).

 

Entretanto fomos contemplados pelas apresentações de uma das precursoras do power metal sueco Nocturnal Rites, formada em 1995. Após o oitavo álbum lançado em 2007, a banda fez uma pausa e voltou em 2017 com novo guitarrista, Per Nilsson (Kaipa, Scar Symmetry, Meshuggah) e com novo álbum "Phoenix". Foi uma grande apresentação.

 

Mais alguns destaques no decorrer do dia e um deles foi Quireboys, veteranos nos palcos do SRF e indiscutivelmente agitam o público com um hard rock and roll de tirar o chapéu. A banda tem uma grande quantidade de fãs na Suécia e região. Indo para o extremo, Suffocation tomou conta.

 

E para encerrar com chave de ouro o Dia Nacional, a super banda sueca Hardcore Superstar com sua mistura de hard rock e punk rock e um vocalista hiperativo que corria de um lado para o outro como se o dia estivesse apenas começando. Foi apenas o início do Sweden Rock Festival 2018.

 

 

Não só a temperatura se manteve e o sol fez parte da platéia, como também o segundo dia do festival deu uma acelerada. O Rock Stage, que nesta edição teve um aumento de tamanho para oferecer às bandas a oportunidade de mais produção de palco, e o Sweden Stage que também teve melhorias quanto ao som, com mais torres distribuídas, e também mais telões para quem estivesse mais ao fundo, estavam oficialmente abertos!

 

Com uma agenda apertada e shows acontecendo no mesmo horário em palcos diferentes, foi necessário fazer escolhas.

 

Então fomos ao Battle Beast, banda finlandesa de 2011 e desde 2013 com a carismática Noora Louhimo nos vocais que tem o poder de atrair a atenção do público. Os dois últimos álbuns "Unholy savior" (2015) e "Bringer of pain" (2017) foram muito bem recebidos na Finlândia e no resto do mundo e hoje a banda está entre as mais evidentes do metal melódico. Exatamente no mesmo horário Dark Tranquility se apresentava em outro palco mas foi notável o grande público reunido para assistí-los.

 

O dia foi seguindo com Buckcherry, Nazareth, The Raven Age, Killswitch Engage, The Dark Element e muito mais.

 

Uma das que me chamaram atenção foi Avatarium, formada pelo ex integrante de Evergrey trazendo uma mistura de doom metal (influências de Lief Endling, Candlemass) na voz forte de Jeannie-Ann Smith.

 

Outra surpreendente banda foi a norte-americana In This Moment, de 2005, e que atualmente é uma das top da cena metal dos Estados Unidos. Produção de palco de primeira valorizando a apresentação teatral de Maria Brink e sua sensualidade coberta por um vestido branco que por vezes se misturava à fumaça branca dispensada no palco. Considerada forte no metalcore com influências de Pantera, Whitesnake, Dead Can Dance e Deftones.

 

O dia foi seguindo com Body Count liderado o energético Ice-T nos vocais trazendo elementos bem marcados do rap e hip hop. Teve também a parcela do Blues com a Mick Clarke Band; o mais do que clássico rock australiano Rose Tattoo que está na estrada desde 1978 (com algumas pausas pelo caminho) e recentemente voltou a ativa.

 

Entre as esperadas do dia, sem contar com Iron Maiden como Headliner, foi a banda de Glenn Hughes com a turnê que traz clássicos do Deep Purple. Foi uma apresentação magnífica e Glenn Hughes provou que sua voz está melhor do que nunca e seu pique no palco continua o mesmo. Ele tem carisma e se comunica constantemente com o público. Outra grande esperada foi Helloween com a "Pumpkins United Tour" que passou pela América do Sul no ano passado, e vem marcando a reunião de Michael Kiske e Kai Hansen à formação atual.

 

Já era chegado o momento para talvez a mais esperada de todo o festival, a Headliner Iron Maiden. A organização do evento já havia comunicado que não seria permitido fotografar o show do pit. Mas a multidão era tão grande e tão densa que foi difícil conseguir chegar perto do palco ou encontrar algum buraco entre os braços levantados dos fãs para algum registro.

 

Foi uma superprodução! Com direito a folhagem, tiros, explosões, backdrops diversos, o famoso Spitfire e   uma banda totalmente coesa, cheia de energia, fazendo dignamente o que se pode chamar de SHOW!

 

E para acalmar os ânimos antes de ir dormir, o thrash metal de Kreator e a obscuridade de Coven tomaram conta do parque.

 

 

E vamos ao terceiro dia ainda com calor e o sol raiando. Dia em que começa a bater uma tristeza só de pensar que metade já foi e a cada minuto estávamos mais perto do final. Mas era o dia de Ozzy Osbourne e todos queriam ver Zakk Wylde destruindo as cordas da guitarra.

 

Mas antes disso, muita coisa aconteceu.

 

Começamos no palco principal para conferir Pretty Maids, que já se apresentou diversas vezes no SRF, sempre com a mesma competência e a presença de palco de Ronnie Atkins (também do Avantasia). Exatamente no mesmo horário acontecia o show da lendária banda holandesa Focus, na estrada desde 1970. Levando sempre nos setlists os clássicos "Hocus Pocus" e "Sylvia", o frontman Thjis Van Leer (vocalista, tecladista e flautista) dá um show e diverte o público. Estão trabalhando no décimo primeiro álbum da banda.

 

De volta ao Sweden Rock, os nativos do Graveyard entraram em cena representando o rock dos anos 70 diretamente vindos de Gothenburg, a Meca do metal sueco. O show é bastante intimista, sem muita ação no palco. O som tem uma mistura de melancolia e psicodelia. Também tem álbum novo vindo em breve, marcando o quinto da carreira.

 

Já estava começando o show dos norte americanos da banda de hard/glam rock Madam X, que participam do SRF pela segunda vez, após a estréia em 2014. Atualmente a formação da banda é a original com Bret Kaiser (vocais), Chris "Godzilla" Doliber (baixo) e as irmãs Maxine (guitarra) e Roxy Petrucci (bateria). Roxy também é baterista da Vixen.

 

Para os fãs de black metal, era a hora do Dark Funeral subir ao 4Sound Stage e em seguida, exatamente no mesmo horário, os noruegueses do Turbonegro e os ingleses do Uriah Heep subiram respectivamente ao RockStage e ao Sweden Stage

 

Era tanta gente no festival que as duas bandas reuniram uma grande multidão em frente aos dois palcos, além de muita gente circulando nas diversas áreas do parque.

 

A apresentação de Uriah Heep foi como de costume excelente. Notava-se a satisfação da banda no palco. Bernie Shaw sabe como envolver o público e Mick Box atrai a atenção com seu jeito particular de tocar a guitarra. A banda, na estrada desde os anos 70, está trabalhando no seu 25o. álbum de estúdio.

 

Em menos de 1 hora ia começar um dos shows mais esperados, Stone Sour, com o frontman Corey Taylor. E como Corey é querido! O público foi a loucura quando ele se aproximou da grade que divide o photopit do público.

 

Em seguida corri para o Rock Stage para conferir o show da primeira banda de Heavy Metal da Suécia, Heavy Load, fundada em Stockholm em 1976 e também considerada a primeira banda de Viking Metal do mundo. O público sueco estava bastante animado para o show, pois era o primeiro show da banda depois da última aparição em um palco em 1985. Era também a primeira vez no Sweden Rock, comemorando aniversário de 40 anos do primeiro álbum da banda. A apresentação teve a participação especial do guitarrista original Eddie Malm.

 

Após alguns outros shows acontecendo nos outros palcos, era a hora do Headliner, que, este ano está se despedindo dos palcos com sua banda solo. Eis que ele, Ozzy Osbourne, subiria ao Festival Stage acompanhado de Zakk Wylde. Sempre uma surpresa introduzindo as apresentações de Ozzy e desta vez um telão com imagens de sua carreira. Não foi permitido fotografar o show como tem acontecido mundialmente em todas as apresentações desta turnê de despedida. A pista estava lotada e foi difícil enxergar muita coisa mas estava lá Zakk Wylde no lado direito do palco fazendo um show a parte com direito a uma chegadinha na grade junto aos fãs.

 

Grande show de despedida com um setlist repleto de clássicos. Ao final, apenas a luz do palco iluminando o público dispersando e ao fundo a música "Changes". A sensação de ter acabado.

 

Para finalizar a noite, uma parada no Rock Stage para conferir o show do Meshuggah.

 

 

E o que aconteceu no quarto e último dia? Começando pelo final, era a grande noite com o Headliner Judas Priest. Antes disso, muita coisa boa aconteceu. Todos os palcos em atividade desde as 11:30.

 

Tivemos Wilmer X, Doc Holiday, Crashdiet, The New Roses, e muito mais.

 

Uma bandas que me chamaram bastante atenção neste 4o dia, foi a finlandesa 69 Eyes que sob o sol lotou a frente do 4Sound Stage. Das mais influentes bandas de Gothic Rock, na estrada desde 1989, tem onze álbuns lançados. Dono de uma voz potente e bastante grave, era possível ouvi-lo de longe. Outra banda que merece bastante destaque é a sueca Pain. Subiu ao Rock Stage no mesmo horário em que a clássica setentista Slade subia ao Sweden Stage. Porém após fotografar duas músicas do show de Pain, fui fotografar a terceira no show do Slade. Acabei voltando para o Rock Stage. Pain é um projeto paralelo do vocalista Peter Tagtren, também da banda Hypocrisy, da qual é vocalista e guitarrista. Além do visual bem produzido de toda a banda, Peter é bastante expressivo e faz uma apresentação bastante intensa. É um grande show. Pelo que pude perceber, o ponto alto foi durante a música "Dancing with the Dead".

 

Um grande show também foi das garotas do Girlschool fazendo o bom rock and roll no estilo Motorhead. Apesar do tempo de estrada, elas estão em boa forma.

 

Logo em seguida, Stratovarius e Lacuna Coil se apresentaram no mesmo horário. Dei um jeito de conferir os dois. Considerando o público de cada show, Lacuna Coil ganhou na preferência. Um show bonito, com bela produção e a presença de palco bem mais forte.

 

Na lista dos mais esperados do festival estava Yes Featuring AWR, a reunião de Ian Anderson, Rick Wakeman e Trevor Rabin comemorando o aniversário de 50 anos de banda. A apresentação encantou o público. A simpatia de Ian Anderson, o entusiasmo de Trevor Rabin e o visual exótico de Rick Wakeman fizeram uma combinação perfeita para completar aquele começo de noite

 

O tempo passando, no Rock Stage foi a vez de Tarja e no Sweden Stage, Destruction.

 

O festival estava chegando ao final e todos a espera de Judas Priest. Com um palco belíssimo, uma iluminação muito bem feita, fecharam o festival com chave de ouro. Teve até a participação especial do ex guitarrista Glenn Tipton nas três músicas do bis, "Metal Gods", "Breaking The Law" and "Living After Midnight". Tipton está afastado das turnês desde fevereiro quando anunciou seu problema de Parkinson. Mas garantiu que enquanto estiver apto a se apresentar, estará dividindo os palcos com seus companheiros de banda. Ficou emocionado ao comentar sobre o apoio da banda e todo o carinho recebido dos fãs e afirma que não está deixando a banda. Apenas está sendo substituído por Andy Sneap (produtor do álbum "Firepower") nas turnês para evitar grande esforço físico. Andy é conhecido pelo seu trabalho como guitarrista nas bandas Hell e Sabbat.

 

Encerrando as apresentações da 27a. Edição, os suecos do Backyard Babies subiram ao Sweden Stage exatamente às 00:00.

 

E mais uma edição chegou ao final já deixando aquela sensação de quero mais. Só nos resta esperar 2019.